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Guardado estás como um cristal raro duplamente lapidado. Efeitos de luz equivocam-se ao transpassar os teus dois lados. Cuidado estás nesta cúpula enclausurado, para que a mão de algum desavisado não te faça pó antes do dia determinado. Assim te cuido, assim te guardo. Até que o sol, a lua ou mesmo o tempo venha tornar-te novamente a mesma areia derramada na ampulheta inutilmente.
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E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. – Filipenses 4:7
Um abraço em flor
No recôndito dos seus anseios
No suspiro de seus devaneios
Levantava-se a doce donzela
E mirava o jardim da janela
Borboletas borboleteando
Flores meigas e, de quando em quando,
Beija-flores sorvendo as doçuras
Horizontes, os montes, alturas…
E era além, muito além, que fitava
Era alguém que seus sonhos sonhava
Seu olhar ao baixar pro assoalho
Se cobria de um tênue orvalho
Mas o ar ao redor benfazejo
Entendendo seu terno desejo
Transbordava o vapor sem demora
Ao encontro das flores de fora
O perfume sublime e molhado
Para as pétalas dava o recado
E as flores, as folhas e a hera
Enfeitaram-se de primavera
Docemente acolheram seu pranto
Estendendo um puríssimo manto
Sem poder abraçar a donzela
Abraçaram-lhe toda a janela.
Um favorzim
Sabe, coração
Esses sofridos instantes
Tenebrosos, torturantes
Da mais sentida solidão?
Sabe, meu bem
Ao debruçar-me à janela
A noite entrando por ela
Aquela lágrima vem…
Sabe, amor
Nas longas noites que passo
O travesseiro que abraço
Não pode ter seu calor
Sabe, paixão
Nessses momentos me sinto
Como um espécime extinto
Sem voz, sem vez e sem chão
Vou lhe pedir um favorzim´
Tá vendo esse coração?
Tô colocando em sua mão
Cuide bem dele para mim.
Suas silhuetas
Num álbum de poucas fotos
De instantâneos remotos
Olhava suas imagens
Em admiráveis roupagens
Modelos de obra-prima
Com tudo, tudinho em cima,
E em linho, algodão, veludo
Contornos contavam tudo
E a curvilínea figura
De harmonia tão pura
Subia o tom de uma oitava
E o meu olhar marejava
Foi quando o olhar mais lindo
Que o mundo já viu sorrindo
Fertilizou em meu peito
Um saboroso conceito
Indícios de realeza
Vislumbres de mais beleza
No seu mais belo retrato
A silhueta de fato
Nos gestos de fino trato
Honestos, com tanto tato
Suspiros em tons calados
Sussurros cantarolados
Afagos mesmo à distância
Servidos com elegância
E a oração despojada
Aceitando até mesmo o nada
Se o corpo estonteante
Homenageio galante
Pra silhueta da alma
Meu peito prorrompe em palmas
O dia do olhar sorrir
No alto de um rosto perfeito
No fundo de uns olhos de sonho
Pairava um resquício tristonho
De um tempo perdido e sem jeito
Mas eis que um suspiro de cima
Soprou toda pena pra fora
E a lágrima pura da hora
Achou nessa face sua rima
E a mão que acolheu esse pranto
Pousou num abraço de rosas
No colo de mãos tão chorosas
O afago suave de um manto
O orvalho dos olhos luzindo
Na força de um rio represado
Sem voz, sem um som seu recado
Brotou do sorriso mais lindo
E o mundo assistiu no Terraço
Um rosto inteirinho contente
Mandando ao amado um abraço
Na luz de um olhar sorridente
Dois que te amam
E se ao caminhar pelas ruas
Parecer que o amor se perdeu
Nunca se esqueça disto
Pessoas que a amam mesmo
Não a esmo
Há pelo menos duas
Jesus Cristo
E eu.
Grave greve?
Já faz tanto tempo
Que´ocê nada me escreve
Será grave? Será greve?
Receberei em breve
Alguma amostra, de leve,
Do seu gostoso escrever?
Mas no contratempo
Que essa pausa causa
Minha estrofe sofre
Como sofre a pauta
Como sofro a falta
Falta de você
Tons e Tuns
Se o coração cantar em tom maior
Sei de cor
Que esse tom quer dizer
Que seu canto é de encanto por você!
Que seu canto é de encanto por você!
Porém se for menor e triste o tom
Muito bom!
Meu amor é porquê
Por enquanto está num canto sem você…
Por enquanto está num canto sem você.
Se faz sol, doce sol, fala-me de emoção;
Se só o dó, dó-ré-mi faz sol lá…
Se o assunto em pauta é o meu coração
O que importa é senti-lo cantar!
Seu bom-tom dá canção
Seu tum-tum, marcação
No compasso ternário de quem ama
Se o assunto em pauta é o meu coração
Que essa pauta se torne um pentagrama
Tom-tom-tom
Tum-tum-tum
Qualquer tom
Qualquer um
O que importa é senti-lo cantar
Vozes do meu amor
Desde o dia precioso em que ouvi
Seu amor pela primeira vez
E no fundo do peito acolhi
Seu olhar, sua voz, sua tez
Novo tempo lá dentro brotou
De escutar os tons do bem querer
E enganou-se quem logo pensou
Que essa flor fosse esmaecer
Na verdade o nascente sentir
Só me fez conhecer sensações
De amar, de chorar, de sorrir
No compasso de dois corações
Nos soluços do seu coração
Ouvi todos seus choros meu bem
Do bebê que nasceu sem ninguém
À mulher que chorou solidão
Da menina em tremendo pavor
Vi uns olhos de angústia tão sós
Um rostinho tão meigo sem cor
E um nó na garganta sem voz
Da mulher contorcendo-se em dor
Dessas fibras minando seu bem
Sussurrando gemidos em flor
Sem ter forças pra mais que um Amém
Vi palavras tecladas ao par
Como se anjos ligassem as mãos
E o meu nome escutei a chamar
Como se anjos soprassem os sons
Mas de todos os sons que escutei
Que ´inda ouço ou talvez ouvirei
O que mais me arrepia lembrar
É o do límpido cantarolar
Que sua voz maviosa entoou
E num único som destilou
As distantes canções de ninar
E as que sonha algum dia cantar
Seja sempre assim
Seja sempre assim Maryhnna,
Sensação de sol resplendente
Sensatez de luz silente
Pólen e olor
Da mais linda flor
Pequenina.
Uma quinta-feira de muita luta…
Paz em Jesus, hoje é um desejo imenso pra você.
Que Deus tenha guardado seu corpo, alma e espírito neste dia.
Desde que você me pediu uma pausa de telefonemas minha vida de intercessão por você intensificou-se tremendamente.
Mas a batalha que estou travando hoje é realmente singular.
Vinha eu orando e vigiando sem cessar por você quando chegou a hora do intervalo para o almoço.
Enquanto descia as escadas e continuava minhas preces senti um horripilante calafrio vindo de baixo pra cima.
Não sou dado a premonições, nem chegado a pressentimentos, mas creio muito na oração e, em especial, na intercessão.
Não pude deixar de enviar-lhe um alerta pelo celular.
Peço desculpas se a incomodei, mas, como disse no próprio recado, não me perdoaria jamais se não o fizesse.
Ao me dirigir para o carro e já havendo optado por jejuar, comecei a orar em forma de gemidos e soluços
Uma hora depois, mais ou menos, os gemidos cessaram e os soluços estancaram.
Não sei o que houve, nem sei se houve algo.
O que sei é que, sem sombra alguma de dúvida, postei-me a seu favor em alguma brecha desconhecida por mim.
Agora, quase quatro e meia da tarde, ainda me pergunto: – O que Deus queria?
Que misterioso impulso é esse que me faz dedicar quase o dia inteiro a interceder por alguém de quem sequer vi os olhos?
Donde me vem essa força imensa, esse clamor tão intenso, essa dor tão densa e lancinante, que me orvalha os olhos?
Até quando Senhor permitirás a esse servo lutar com tal denodo, com tanto amor?
Graças te dou Senhor, porque onde não havia força alguma, a saber, em meu coração, fizeste brotar essa fonte interna de água viva.
Graças te dou Senhor, pois todas as minhas fontes estão em ti.
Que a sua preciosa filha, Marina, seja preservada íntegra e irrepreensível para o dia do encontro real e final.
Em nome de Jesus,
Amém.
.
do seu escudeiro fiel e extenuado: Wolô
.
O altar, o livro e o nome
No altar da benignidade
No livro da eternidade
Seu nome se encontra escrito
Com sangue real bendito
O livro, o altar e o nome
Aonde a traça não come
Respiram suavemente
O incenso-oração do crente
E ao respirar os olores
Da prece dos vencedores
As graças do Onipotente
Derramam-se docemente
E quando em terra estranha
O falso poder se assanha
Num gesto abissal medonho
Pra destruir o seu sonho
Três gritos ecoam forte:
O Cristo ao provar a morte,
O amigo em gemido ardente,
E o broto em flor inocente.
E as três orações à uma
Transformam as mãos de pluma
Em mãos de fiel em guerra,
Arremessando por terra
Infernos em forma humana
Modernos em fôrma insana
Que batem em retirada
Os olhos fitando o nada
E o coração da valente
Liberto, em paz e contente
Se inclina ante o Cordeiro
Seu benfeitor verdadeiro
E escuta no ouvido interno
Um doce segredo eterno
Seu nome querida minha
Já esculpi na pedrinha
Lindo!
Amei!!
.
Oi Yhnna,
Paz!
Se acordar de madrugada, ou ao sol da manhã veja o que fiz
Enquanto você dormia
Noite bem fria de outono
Eu a velar o seu sono
Fiquei a imaginar
Sob esses lindos cabelos
Vencendo a noite e seus gelos
Que sonho lindo haverá?
Uma viagem de infância
Vencendo altura e distância
Sobrevoando o quintal?
Ou um passeio contente
Diário de adolescente
De precioso final?
Seria um sonho de amada
De moça encabulada
De mal-me-quer, bem-me-quer?
Ou encontrava o eleito
No instante mais que perfeito
De um coração de mulher?
Você tão encolhidinha
Tão recoberta e quentinha
Se acomodou e sorriu
Foi um sorriso de fada
Como se vindo do nada
Como um clarão fugidio
E com imenso desvelo
Acariciei seu cabelo
Até seu ombro alcançar
E ao afagar os meus dedos
Sua mão contou-me os segredos
Do que estava a sonhar.
Quando a minha preciosa e doce amada adoece
Meu coração parece que também desfalece
Fecho então meus chorosos olhinhos em prece
E aquele que tanto nos ama nossa alam fortalece.
Quando a minha preciosa e doce amada adoece
Meu coração parece que também desfalece
Fecho então meus chorosos olhinhos em prece
E aquele que tanto nos ama nossa alma fortalece.
Quando adentro o Santo dos Santos
Ofertar o meu pranto dos prantos
Pela dorida flor do recanto
Me envolve o Manto dos mantos
E de todos os cantos os cantos
De tantos corais sacrossantos
E envolto no Manto dos mantos
No incenso das preces dos santos
Meus olhos chorosos levanto
E encontro um olhar sacrossanto
Que acalma meu pranto dos prantos
Mostrando te amar tanto tanto…
Nossa saudade
Se a saudade, como dizem, ninguém explica
Flor pequenina, pra lhe explicar, o que sou eu?
Mas se a saudade, como dizem, é o amor que fica
Meu amor por você, vyolina, só cresceu
Chorinho do amor sem fim…
Em meu lenço
Me convenço
Como é linda
Essa emoção
Pois se ainda
Me enterneço
Co´a doçura
Do começo
A ternura
Não tem preço
E o avesso
É solidão
Canto atento ao instinto e ao ponto conjunto
Ao celebrar o encanto
Do doce e sutil momento
Em que ditoso me sinto
De declarar que estou pronto
Pra gente viver sempre junto
Se este amor é um assunto
Que me deixa um tanto tonto
Declaro, talvez por instinto,
Que o auge do encantamento
É a gente se amar tanto tanto
A primeira oração do meu dia
.
Quando a luz feliz da manhã
Se despede da madrugada
De corpo são, mente sã
Minha prece é derramada
Pelo hoje e pelo amanhã
De amor à pessoa amada
.
Um desjejum e tanto
.
A mesa posta e florida
Pãozinho quente seleto
Um chazinho de hortelã
Ou cafezinho da manhã
Um espírito manso e quieto
Uma alma agradecida
.
Instantes de eternidade
.
Ao longo de todo o dia
Instante sim, Instante também
Meu coração irradia
Ondinhas de querer bem
Que a luz do amor envia
E o seu coração retém
,
Amar de longe…
.
Ternura imensa no peito
A alma em sobressalto
Cuidado meio sem jeito
Ajuda pedida ao Alto
E o Deus que amo e exalto
Produz um amor perfeito
.
Um minutinho.
Medida de tempo inventada
Em tom de brasilidade
De incomensurabilidade
Mas quando é a pessoa amada
Té mesmo um nadica de nada
Demora uma eternidade
.
Sinais telefônicos
.
Se ao ligar pra quem ama, o tom de voz for mais brando
Pode saber, sua chamada tem muito valor
Se ouvir doces suspiros de quando em quando
Não há como negar um sublime calor
Mas se ela atender sua chamada cantando
Saiba então sem errar: É o mais puro amor.
,
Aonde o amor germinou
Meados de outono de 2008.
Caminhava o poetinha sereno num passeio em seus jardins de letras e versos. De repente, um raio de sol novinho em folha ilumina o cantinho de um canteiro, o das mensagens amigas. Esfregou os olhos, pensando talvez vislumbrar memórias de sonhos bons, mas não. Quando fitou novamente reviu incrédulo uma flor pequenina, timidamente sorridente, querendo lhe dizer algo, mas sem coragem de fazê-lo em voz alta. O poetinha sereno, percebendo o sublime momento, fechou os olhos, inclinou-se o mais que pôde e aproximou seu ouvido esquerdo das minúsculas pétalas. O que dela ouviu arrepia-o completamente sempre que lembra.
– Eu te amo… sussurrou a florzinha fazendo farfalhar suas pétalas tão miudinhas. Ao abrir os olhos novamente e mirar aquele brotinho aparentemente minúsculo, a imensidão de um sorriso em flor orvalhou sua vista, de há muito carente de um instante de ternura. Reparou de novo e viu a flor pequenina igualmente orvalhada por inteiro. A florzinha portava um perfume peculiar, desconhecido do poeta, mas que, ao seu coração lembrava as mais ternas essências das canções de amor. Inebriado e feliz como só um enamorado pode ficar, o sereno poetinha decidiu responder ao apelo da flor.
– Vou cuidar dela como quem cuida do amor, vou ver se aprendo com ela como um sentimento espontâneo deve ser.
E cuidou mesmo: conferiu-lhe um nome que só os dois conhecem, ouviu seus sonhos, afagou suas folhinhas, dedicou-lhe um poema só dela, e em noites mais frias regou suas pétalas e seu pólen com um orvalho suave e quentinho, que ela não conhecia.
Houve contudo um dia em que sua flor tão querida pareceu lhe dizer adeus. Inexplicavelmente ao visitá-la de manhãzinha, ela parecia diminuir a olhos vistos, as petalinhas moviam-se mas eram acenos de despedida. Fechou os olhos mais uma vez querendo espantar a imagem tão cruel, mas o que viu foi ainda pior. A flor retrocedia ao chão, o chão ao redor do caule abria um vão e numa fração de segundo uma cratera imensa engolia os canteiros todos, o poeta junto, o Universo inteiro.
Soluçou profundamente e uma lágrima por decênios represada soltou-se em câmera lenta de seus olhos. Por um desses gestos generosos do destino dos que se amam, a lágrima solitária não foi ao chão. Pousou firmemente acolhida pelo pólen da preciosa flor. Impregnada daquele pólen finíssimo escorreu rumo aos vãos entre as pétalas macias multiplicando-se em gotículas de lágrimas que escoaram esparramadas por ali. No justo momento em que a flor chorou a mesma lágrima do soluçante poetinha, a terra ao redor recebeu as gotas, fertilizou-se, nutriu as raízes da florzinha que se fortaleceu e voltou a sorrir.
Não havia mais lugar para o choro.
Naquele dia o poetinha amou mais do que em nenhum outro.
Naquele dia descobriu o que antes escrevera sem conhecer: aonde o amor germina.
E renasceram juntos, ele e a flor pequenina…
Toque poemante
.
A lânguida nota do espreguiçar
Da mais satisfeita e feliz das mulheres
E o doce aroma espargido no ar
Da essência dos nossos sutis bem-me-queres
Esposa em flor, onde quer que estiveres
Pra sempre haverás de comigo lembrar
Suaves delírios ao pólen dos dedos
Suspiros arfantes em róseos segredos
Poema ao chamego dos mais belos sons
No meigo aconchego de três edredons
Foi mesmo um precioso poema tocante
Ou puro arrepio de um toque poemante?
Yhnna
Onde andará agora Yhnna
Nascida flor pequenina
Entre o fulgor e a neblina
Entre o clarão e a cortina?
E essa criança menina
Crescida em simples rotina
Seu sonho bom, sua sina
De lágrima cristalina?
E a adolescente menina
Ao se saber feminina
Guardou em sua retina
Um namorico de esquina?
E a mulher tão menina
Que abraçou medicina
Escapará sem angina
Da humanidade ferina?
Seu coração violina
Uma canção na surdina
Seu lindo olhar descortina
Um mar luar, bailarina
Seu rosto suave se inclina
Num sonho bom se reclina
E onde a ternura germina
Renasce a flor pequenina
Olhar, voz, semblante.
Num mundo enquadrado e imposto
De plásticas mil de disfarce
É fato tão raro encontrar-se
O olhar transparente num rosto
Em tempos de digo, não digo;
De fala ensaiada e vazia
É doce escutar a poesia
De lábios honestos e amigos
Num clima de gestos tão duros
Distantes, mesquinhos, pequenos;
É terno um semblante sereno
Que vem de um espírito puro
Aceite a mesura galante
Menina do olhar transparente
Da voz que expressa o que sente
Da luz que produz seu semblante
Te amo tanto…..
e de tanto amor…
o canto vira canteiro
e o canteiro transborda em flor…
No fundo, no fundo
A essência de nossos poemas
Dos recados e telefonemas
É maior que os anseios e traumas
Pois reside no fundo das almas
O segredo do textos e da rima
Vem do olhar singular que me anima
Vem da lágrima tua que acolho
Pois reside no fundo do olho
A cadência suave e gostosa
Saltitante do verso e da prosa
Tamborila o pulsar mais perfeito
Pois transborda do fundo do peito
A beleza de nossa verdade
Fé, confiança e fidelidade
É da flor e do floricultor
Pois que nasce no fundo do Amor
.
Aos pés do amor maior
.
Frente à crescente saudade vocacionada a melancolia, e o aperto no peito nascido nó na garganta, recolho-me a um esconderijo que apenas meus joelhos e o meu Senhor conhecem.
Ali, onde a sombra do Onipotente derrama um refrigério profundo e pacífico em minha alma carente, as palavras e os pensamentos amiudam-se e pouco ou nada poderiam expressar.
Em compensação, do âmago do espírito, uma resposta à graça que me envolve flui como um doce suspiro de alma apaixonada.
Obrigado – ressoa até os confins do Universo – essa voz inescrutável.
É mesmo um régio privilégio saber-se tão amado assim por um coração de mulher benfazejo e sensato.
A graça de ser amado por você, me arrepia a pele toda.
A certeza de amar e ser amado, tonifica meus nervos tão sofridos quanto os seus, e um som de anjos sussurra suavemente ao meus ouvidos:
– Quem tem um amor como esse, jamais desanima.
E, como fundo musical, uma cadência preciosa e meiga, palpita:
– Amem, amem. Amém.
.
Xô!!!
Se o som daquelas vozes
Atrozes
Serpentearem nossos sonhos
Risonhos
Sussurrando falsas prosas
Maldosas
Nunca lhes darás ouvidos
Ou vidas
Mas amada de minh´alma
Te acalma
Não permitas que um veneno
Obsceno
No teu coração se instile
E destile
Em tua índole segura
Amargura
Iras, dúvidas, anseios,
Receios,
Ilações sem fundamentos,
Tormentos
Se vierem com essa história
Inglória
Que esse amor começou mal
E tal
Diga-lhes o que eu diria
– Bom dia…
Esse amor mal começou
Xô! Xô!!
Mulher virtuose
Mulher carinhosa
. No afago suave
. Afável calor
. No abraço a chave
. Da força do amor
Mulher amorosa
. Ao véu da ternura
. Sentir e querer;
. Da beleza pura
. Tens outro poder
Mulher poderosa
. Do nada levantas
. Poder pra chorar
. E em lágrimas tantas
. Canções de ninar
Mulher venturosa
. Do escuro do quarto
. Vês o amanhecer
. Das dores do parto
. A vida a nascer
Mulher misteriosa
. Teu semblante etéreo
. Transborda uma luz
. E um doce mistério
. Que ninguém traduz
Mulher fabulosa
. Tu tens o poder
. Pros frágeis conceitos
. E os mil preconceitos
. Com graça vencer
Mulher preciosa
. No topo de tudo ou
. Num canto qualquer
. Dirás sobretudo:
. – Meu nome é Mulher!